Materialismo Científico e a Nova Ciência

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Materialismo Científico e a Nova Ciência

11 de novembro de 2019 A Mente Criatividade Espiritualidade 0

Dois Paradigmas: Materialismo Científico e a Nova Ciência

A ciência tradicional é baseada no pensamento materialista, onde tudo o que existe é fruto de interações materiais. Esse modelo de pensamento materialista nem mesmo permite uma definição de criatividade postulada pelos pesquisadores da esfera da criatividade. Segundo AMABILE (1990), a criatividade diz respeito a explorar o novo significado de valor mental. Entender melhor esse conflito e as ideias da nova ciência é mote deste post.

Por que isso interessa no estudo e prática da Criatividade? Porque a criatividade é baseada tanto em fenômenos conscientes (etapas de preparação e manifestação) como em fenômenos do inconsciente (etapas de incubação e iluminação

Confira as principais diferenças entre as duas visões (retirado do livro Criatividade para o século 21 do Dr. Amit Goswami)

Metafísica do materialismo científico

  • O que é real consiste em matéria e nas manifestações de interação material. A matéria é reducionista, o macro é redutível ao micro, e a causa vai do nível mais básico de partículas elementares a átomos, moléculas e toda a macromatérias incluindo células vivas e o cérebro. A esse tipo de causação de baixo para cima chamamos “causação ascendente”. Coisas que parecem ser não materiais, como nossas experiências interiores são consideradas fenômenos secundários (epifenômenos) do cérebro, com nenhum poder causal que lhe seja inerente.
O modelo de causação ascendente – ciência materialista

O comportamento de objetos é independente dos sujeitos (ou seja, de nós). No nível macro, esse comportamento se dá de acordo com a física de Newton (também chamada “física clássica”), é determinado e funciona ao modo de uma máquina. Como tais, esses comportamentos estão sujeitos a predições e controle.

A mente é uma máquina newtoniana, um epifenômeno do cérebro. Ela é completamente determinada pelo cérebro, e sua dinâmica é algorítmica. A continuidade causal é pressuposta também para o comportamento humano, limitando o que a criatividade pode representar. Por exemplo, a criatividade não pode produzir coisa alguma que seja realmente nova, pois a visão de mundo pressupõe que todas as coisas que existem são determinadas pelas que já estão lá.

A consciência é, portanto, um fenômeno cerebral carente de eficácia causal; em outras palavras, não existe livre-arbítrio. Acredita-se que o conceito de consciência seja uma conveniência operacional; é em grande parte graças a nossos padrões de linguagem que podem usar algum conceito.

Não é possível distinguir consciente de inconsciente; em outras palavras, não existe explicação sobre como surge a experiência de divisão sujeito-objeto da consciência total da percepção-consciente. Portanto, o conceito de inconsciente é visto com muitas reservas.

A visão de mundo do “tudo é matéria” exclui a relevância de nossas experiências interiores de sentir, de dar significado e de intuir, e com isso marginaliza as artes, as humanidades, a ética, a religião e a espiritualidade – na verdade, nossa própria consciência. Essa ciência torna a consciência algo operacional, mera linguagem, onde não existe o inconsciente, a psicologia do inconsciente é psicologia vodu, onde a mente é cérebro, onde não há nada para sentir nem intuir, havendo apenas condicionamento genético, não existindo livre-arbítrio.

O modelo mecanicista de criatividade excluem a real criatividade humano do repertório de fenômenos De acordo com os materialistas, a criatividade nada mais é do que a hábil aplicação do bom e velho método científico. Tente várias combinações de velhos e conhecidos contextos, um a um, e veja se o contexto novo, então gerado, não é capaz de resolver o problema da busca de uma solução. Em caso afirmativo, você chegou a um final feliz. Em caso negativo, tente outra combinação possível. Continue até conseguir.

Nesse modelo, o pensamento divergente – a capacidade de pensar muitas combinações alternativas de contextos aprendidos, é fundamental. Junto a isso, o pensamento convergente, se for capaz de manter um foco e usar a razão para organizar as alternativas que pretende experimentar para um êxito mais imediato, tanto melhor. Computadores de silício seriam mais bem sucedidos em atos criativos do que as pessoas, ineficientes computadores de carbono produzidos ao acaso pela evolução de Darwin.

Mas os pesquisadores da criatividade tem dados bem diferentes provindos de milhares de estudos de caso. Eles dizem que no trabalho criativo real, realizado por pessoas criativas, há um importante papel reservado para o inconsciente, este que é denegrido pelos materialistas como vodu. E ainda mais, os pesquisadores insistem na existência de uma descontinuidade no processo criativo em vez de uma continuidade passo a passo do método científico.

O pensamento do “mente é cérebro” retrata a mente como coisa computável e, por isso mesmo, algorítmica (procedimento lógico passo a passo baseado na continuidade) e contínua. A descontinuidade é um anátema (maldição) para o pensar materialista.

A Nova Ciência

O novo paradigma científico é inclusivo com relação a todos os modos humanos de experiência – sensações, sentimento, pensamento e intuição. É a ciência no âmbito da consciência, baseada na Física Quântica e na metafísica do idealismo monista, que postula a consciência como fundamento de todo ser.

  • A consciência é o fundamento de todo ser.
  • A experiência concreta manifesta é precedida por possibilidades – possibilidades quânticas. A escolha consciente converte possibilidades em experiência concreta. Uma vez que a escolha é exercida a partir de um estado não ordinário de consciência – “mais elevada” do que nosso ego ordinário -, podemos chamá-la “causação descendente”. Nós vamos nos referir a essa consciência mais elevada como consciência quântica; tradições espirituais referem-na como Deus.
  • No âmbito de nossa consciência não dividida, existem quatro mundos de possibilidades quânticas dos quais se pode partir via acusação descendente de escolha consciente, e deles advêm todas as nossas experiências: o mundo material que sentimos (sensações); o mundo vital, cujas energias de movimento nós sentimos (emoções); o mundo mental, com o qual pensamos e processamos o significado; e o mundo supramental de arquétipos (platônicos) – verdade, beleza, amor, bondade, justiça etc. – que intuímos, do qual haurimos valores.
  • A escolha consciente precipita o colapso das possibilidades quânticas multifacetadas em cada um dos domínios para se tornar experiência concreta. Os mundos paralelos múltiplos não interage diretamente; a consciência medeia a sua interação pela escolha simultânea e colapso de possibilidade em experiência concreta.
  • O colapso é o significado não local que requer uma ausência de interpretação e nenhuma comunicação que envolva troca de sinais. A não localidade é uma comunicação desprovida de sinais e situa-se “fora” do espaço e do tempo. A consciência quântica é não local, ela escolhe a partir de si mesma, de suas próprias possibilidades.
  • O colapso é descontínuo. Antes dele, as possibilidades quânticas, que são propriamente ondas de possibilidades quânticas, residem na potentia transcendente, fora do espaço e do tempo. O colapso transforma ondas em partículas imanentes no espaço e no tempo. Daí se vê por que a continuidade tem de prevalecer. De que outro modo se poderia descrever espaço e tempo “exteriores”? Se “o fora” do espaço e do tempo formasse uma continuidade com o que está dentro do espaço e do tempo, poderíamos apenas expandir as fronteiras e incluí-lo, não poderíamos? A palavra “transcendente” nos remete tento a não localidade como a descontinuidade.
  • Na potentia transcendente, a consciência se mantém indivisa a partir de suas possibilidades, e não há experiência. A isso se chama, em psicologia profunda, inconsciente, muito embora este tenha adquirido hoje um significado muito mais amplo, em conformidade com dados experimentais. O colapso produz “cossurgimento dependente” entre um sujeito da experiência e um objeto da experiência. O sujeito já não é mero artifício de linguagem. Um sujeito é uma pessoa com um cérebro com que a consciência se identifica.
  • A criatividade é fundamentalmente um fenômeno de consciência manifestado, de maneira descontínua, facetas de possibilidade realmente novas (antes elas eram não manifestadas e inconscientes) a partir do transcendente para o domínio imanente. Assim fica claro por que nas tradições antigas a criatividade é referida como um casamento entre o Céu (transcendente) e a Terra (imanente).
  • Por sua própria natureza, o processamento inconsciente é processamento quântico – um processamento simultâneo de muitas possibilidade – radicalmente superior ao método científico de cepa newtoniana.
  • Na ciência materialista, a mente é o cérebro; e o cérebro só pode processar significado antigo em sua memória, não o podendo converter em novo significado. E a intuição não existe no pensar materialista. A física quântica permite que você pense em sua própria mente e em sua faculdade de intuir (a que chamamos de supramental) de modo diferente, como entidades de si mesmas, completamente independente do cérebro. O papel do cérebro se faz valer à medida que nós o usamos para efetuar representações de significado mental, tal como o hardware, o cérebro do computador, em relação ao software.
  • Criatividade é intencional e motivação é essencial.

A consciência, quem somos.

A consciência, quem somos.

Quando usamos o novo paradigma da ciência no âmbito da consciência para compreender a criatividade obtemos respostas satisfatórias para todas as questões relativas à criatividade. A criatividade é a descoberta [ou invenção] de um novo significado de valor.

A nova ciência é baseado em milhares de dados empíricos, experiências cientificas e dados científicos. A nova ciência não é exclusiva, ela não invalida a ciência newtoniana, a qual tem seu valor e utilização no mundo físico.

No mínimo, para sermos criativos, precisamos ter mente aberta, estar livre de preconceitos e analisar as informações expostas.

Eu não sou uma máquina biológica, eu sou infinitas possibilidades, isso não é filosofia, isso é ciência teórica e aplicada.

Ficaram curiosos? Céticos? Inspirados? Vamos trocar ideias! O dialogo construtivo sobre esse assunto é de grande importância, mesmo que você seja contra a nova ciência, sua contribuição construtiva é muito importante.